Quando pequeno não imaginava o significado que essa palavra teria na minha vida. Cresci na marcenaria do meu pai e do meu avô. Adorava aquele ambiente. O cheiro da madeira, o pó de serra voando, o barulho das máquinas. Ficava perambulando pra lá e pra cá, sempre observando e querendo fazer alguma coisa. Tenho até hoje o primeiro porta-caneta que fiz quando tinha uns 10 anos. Penso que esse universo foi determinante para minha profissão. O desenho à mão livre também sempre esteve presente e, quando comecei a assistir as aulas de geometria no colegial, senti que já sabia tudo aquilo. Foi à única vez que isso me ocorreu. Não tive mais dúvidas: “Preciso fazer ARQUITETURA”. Fui estudar na Unifil em Londrina-PR. Foi onde tive meu primeiro contato com esse mundo. Meu negócio eram as aulas de projeto. Procurava sempre surpreender com algo novo. E isso carrego até hoje. Na época da faculdade eu não entendia um professor que dizia ser impossível criar algo totalmente novo. Que na verdade tudo era reinventado. Só fui entender isso quando iniciei meus primeiros projetos. Senti necessidade de repertório. Comecei a devorar livros de grandes arquitetos, algumas revistas contemporâneas. E, ali, entendi que de fato nada se cria, mas tudo se recria. Aí mora a grande arte da vida. Isso cabe para todos os elementos que conhecemos, inclusive para a arquitetura.
Assim, comecei a estudar mais, a ler mais, a ver mais imagens, admirar as artes plásticas, sentir as músicas, viajar. Entendi que tudo se relacionava e, na verdade, o poder da recriação está na bagagem do aprendizado e na criatividade. É dessa mistura que nasce minhas ideias. E quem às faz diferentes são meus queridos clientes e amigos. Cada família, cada negócio funciona de um jeito. Mergulhar nestes novos mundos, ouvir novas histórias e inusitadas necessidades é uma diversão e também um aprendizado. Arquitetar é viver, é conhecer, é vibrar. É realizar algo que comove, que impressiona, que emociona. Buscar o belo. Pois como dizia Dostoyesvisk: “a beleza ainda salvará o mundo”. No Studio Concepts, nome dado ao meu escritório, sempre digo que devemos estar abertos a tudo e a todos. Ao tradicional e ao inusitado. A todas as cores. A todas as pessoas e necessidades. A qualquer tipo de projeto arquitetônico. Pois nosso prazer é estar sempre estudando, conhecendo, vivendo algo novo.