Desde criança, vivi cercada de referências que me levaram a escolher a carreira de designer de interiores. Venho de uma família de seis mulheres, sempre interessadas em arrumar os móveis da casa, colher flores tropicais no jardim e transformá-las em arranjos. Também fazia visitas rotineiras ao escritório onde minha irmã trabalhava com renomados arquitetos de Recife.

Com minha mudança a São Paulo, em 1978, após o meu casamento, resolvi cursar o IAD, onde me formei em Design de Interiores. A decoração já era uma paixão e meus primeiros trabalhos foram realizados na capital paulista. Passei por estágios em lojas de decoração, de luminárias e de materiais de acabamento. Para aprimorar meu trabalho, passei por cursos de paisagismo, história da arte, feng shui e iluminação, além de especializações na área de cromotologia.

Não busco referências em cidades ou épocas específicas para inspirar meus projetos. Acredito que o belo esteja em toda parte. A arquitetura e decoração estão presentes desde uma magnífica obra da Grécia Antiga até uma casa feita de taipa ou pau-a-pique. Em peças desenhadas por renomados designers ou mesmo por um marceneiro.

Me identifico mais com algumas culturas. Como as influências trazidas pelos colonizadores europeus ao Brasil, pelos africanos e também das próprias tribos indígenas nativas são fontes de inspiração. A Semana de Arte Moderna, que aconteceu no Brasil na década de 20, a chegada do russo Gregori Warchavhick e do suíço John Graz, com suas ideias modernistas na área de moradias. Além da Art Décor, que veio em 1950 e reina até hoje, são passagens da história do País que me fascinam.

Apesar dessas preferências, é preciso respeitar as expectativas e necessidades reais dos clientes. A partir daí, procuro aliar aconchego, bem-estar, funcionalidade e personalização nos espaços. Também é necessário avaliar o momento que estamos vivendo. A sustentabilidade, por exemplo, não é apenas tendência, mas sim uma necessidade para vivermos melhor. O que acho realmente importante para criar um projeto é observar a personalidade do cliente.

E quando personalizamos um trabalho, aliando expectativas com tendências do mercado, o resultado é inovador.

Todo esse pensamento tem muito a ver com a minha personalidade. Sou uma canceriana nata, que adora curtir a casa e a família. Gosto de receber os amigos e de preparar pratos maravilhosos, típicos de Pernambuco. Também divido meu tempo com a leitura.

Coleciono revistas de todos os lugares por onde passo e uma de minhas companhias é o Billy Paul, um cão shitzu muito divertido.

Recarrego minhas energias praticando meditações e o “Kata”, movimento do karatê que está na minha rotina há anos. Tanto na profissão quanto na vida pessoal, considero que sou uma pessoa privilegiadae feliz por estar ao lado de todos que amo.